PAU FERRO ( Caesalpinia ferrea) |
Informação básica da planta
1 - NOMENCLATURA
Nome científico: Caesalpinia ferrea Mart. Ex Tul.var. ferrea
Família: Fabaceae-Caesalpinoideae
Nome vulgar: jucá, jucazeiro, pau-ferro, pau-de-jucá, muirá-obi (Maia 2004), ibirá-obi, imirá-itá, yucá (tupi).
2 - OCORRÊNCIA
Ocorre em toda a região Nordeste (do Ceará até a Bahia, Piauí), Espírito Santo, Rio de Janeiro
3 - DESCRIÇÃO
Árvore de pequeno porte com 6 a 10 m de altura e com copa arredondada aberta e ampla. Caule com diâmetro que pode atingir 10 a 30cm, casca cinza escuro, lisa, um pouco lustrosa quando nova, apresentando manchas irregulares mais claras, resultantes da perda de placas de ritidoma. Folhas alternas, compostas, bipinadas com 2-4 pinas e cada uma com 4-6 pares de folíolos de coloração verde-escuro na face adaxial e verde-claro na abaxial. Flores amarelas, pequenas, dispostas em panículas terminais. Frutos em forma de vagens escuras, pequenas, curvas e indeiscentes, contendo 2-5 sementes lisas, duras, de cor marrom. A madeira é de cerne duro com fibras reversas, vermelho escuras de difícil trabalhabilidade, com densidade 1,19g/cm3 de madeira seca (Andrade-Lima 1989; Maia 2004).
A reprodução é sexuada. As sementes apresentam dormência mecânica, que pode ser quebrada passando pelo trato intestinal de ruminantes ou passando-se uma lixa sobre as sementes. Um quilo de sementes contém cerca de 2.000- 2.500 unidades de dispersão. A germinação ocorre em 10 dias após a semeadura. Também possui propagação vegetativa, brotação de tronco e de raiz. Apresenta crescimento lento (Andrade-Lima 1989; Maia 2004).
4 - USOS
A espécie é considerada de usos múltiplos. Como madeireira serve para obras externas, mourões, esteios, vigas, construções rurais, estacas, lenha e carvão de elevado poder calorífico, cabos de ferramentas, pau de galão, arcos etc. Contém elevada quantidade de celulose e lignina, podendo ser ainda utilizada para produção de álcool combustível e coque metalúrgico.
Além disso, tem valor forrageiro, servindo de alimento para todos os rebanhos. Os frutos são muito palatáveis e apresentam a seguinte composição: 86,2 % de MS, 2,76 % de cinzas, 6,22 % de PB, 0,19 % de EE, 34,56 % de FDN e 56,3 % de CNE. A degradabilidade da MS varia de 68 a 72% (Araújo et al., 2004).
Possui valor ornamental, particularmente na arborização e pode se ser utilizada em reflorestamento de áreas degradadas (Maia 2004).
Tanino: A entrecasca é utilizada como antiinflamatório na forma de infusões.
O decocto (cozimento) da casca do caule e dos frutos é empregado como cicatrizante e abortivo (em grande quantidade), contra diarréias (Emperaire 1983), tosses, inflamações, anemias e diabetes (Agra et al. 1996).
Estudos farmacológicos comprovaram a atividade antitumoral desta espécie (Nakamura et al. 2002a; 2002b). Potente inibidor do acúmulo de sorbitol em ratos (Ueda et al. 2004). Regulador positivo da mielopoiese (Queiroz et al. 2001)
Fitoquímica: Derivados acetofenônicos: 2,6-diidroxyacetofenona, 2,3,4-triidroxiacetofenona, 2,4,6-triidroxi-acetofenona. Ácidos fenólicos: ácido gálico e galato de metila (Nakamura et al. 2002a), ácido elágico e seus ésteres (Ueda et al. 2004). Taninos (Ueda et al. 2004).
A espécie não possui mercado de comercialização organizado, sendo a exploração do tipo extrativista. É uma espécie que requer fomento para o desenvolvimento de estudos científicos, sobretudo de propagação vegetativa e de programas de reflorestamento em razão das plantas jovens não resistirem ao pisoteio dos rebanhos. Neste contexto, a espécie corre perigo de diminuição drástica, não apenas pelo corte de sua madeira, mas pela falta do estabelecimento de novas plantas (Maia 2004).
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