JUREMA PRETA ( Mimosa tenuiflora) |
Informação básica da planta
1 - NOMENCLATURA
Nome cientifico: Mimosa tenuiflora (Mart.) Benth.
Família: Fabaceae-Mimosoideae
Sinônimo: Mimosa limana Rizzini; Acacia tenuiflora Willd.
Nomes Populares: calumbi; jurema e jurema preta.
2 - OCORRÊNCIA
Ocorre naturalmente na vegetação da caatinga, sendo encontrada no Maranhão, Piauí, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia e Ceará (Pereira et al. 2003; Maia 2004).
3 - DESCRIÇÃO
Árvore de 4-7 metros de altura, decídua na estação seca, apresentando caule ereto ou levemente inclinado, com casca de cor castanho escura e rugosa, e ramos de cor castanho avermelhada com acúleos esparsos. Folhas compostas, alternas, bipinadas, com sete pares de pinas, contendo 15-33 folíolos de 5-6mm de comprimento. Flores alvas, pequenas, reunidas em espigas isoladas de 4-8cm de comprimento. Fruto do tipo vagem deiscente, medindo 2,5-5cm de comprimento e contendo 4-6 sementes. As sementes são lisas, ovais e de cor castanho escura. A reprodução é sexuada e assexuada por meio de estacas e rebrota de tocos. Um quilo de sementes contém cerca de 110 mil unidades. A madeira é pesada (densidade 1,12g/cm3), de textura média, alta resistência mecânica, grande durabilidade natural, com alburno de cor castanho-avermelhado-escuro e cerne amarelado (Andrade-Lima 1989; Costa et al. 2002; Pereira et al. 2003; Maia 2004).
Floração: novembro a fevereiro, no Ceará vai de agosto a setembro.
Recurso floral: pólen.
4 - USOS
É utilizada para a produção de mourões, estacas, peças de resistência e móveis rústicos. Fornece também lenha e carvão de alto poder de combustão. Na medicina popular, a casca da planta é utilizada em tratamentos de queimaduras, acne e defeitos da pele, devido ao seu valor antimicrobiano, analgésico e regenerador de células. Funciona ainda como febrífugo e adstringente peitoral. Na medicina veterinária é utilizada como cicatrizante e para lavagens contra parasitas, mas o consumo excessivo das folhas pode causar cegueira noturna aos animais. Na manutenção da biodiversidade e funcionamento do ecossistema, é doadora de pólen e néctar, recursos florais explorados por muitas abelhas e insetos da caatinga. Apresenta valor forrageiro. Tem sido indicada como uma espécie pioneira no processo de sucessão em áreas que sofrem degradação por ação antrópica, melhorando a qualidade do solo e suporta alagamentos periódicos, podendo ser utilizada em reflorestamento de áreas ciliares (Costa et al. 2002; Sampaio 2002; Maia 2004).
A produção de mudas deve ser feita com sementes previamente escarificadas e dispostas em canteiros a pleno sol, contendo substrato arenoso para facilitar a remoção no momento do transplantio ou então pode ser plantada diretamente nas covas ou a lanço, em áreas que estão sendo recuperadas. Geralmente, a pega das mudas e o estabelecimento das plântulas são elevados, não havendo notícias sobre mortalidade por ataque de pragas (Maia 2004). De acordo com Figueirôa et al. (prelo), apresenta baixa capacidade de rebrota quando submetida ao corte raso na estação chuvosa. Apesar da importância da espécie para o meio rural, o mercado de exploração não é organizado e ou institucionalizado. Atualmente, tem-se conhecimento que uma estaca de jurema preta custa na faixa de R$ 1,50. Nenhuma parte deste valor é destinada a programas de reflorestamento de áreas da caatinga.
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