JENIPAPO ( Genipa americana ) |
Informação básica da planta
1 - NOMENCLATURA Nome cientifico: Genipa americana L.
Família: Rubiaceae
Nomes Populares: Jenipapo
2 - OCORRÊNCIA
Está distribuída em estado silvestre em toda a América tropical e Caribe (Silva et al. 1998).
2 - DESCRIÇÃO
Apresenta importância tanto pela madeira quanto pela produção de frutos comestíveis. A exemplo da maioria das frutas tropicais, seu fruto é altamente perecível, deteriorando-se em poucos dias, fato que dificulta a sua comercialização e aumenta as perdas.
O jenipapo é um fruto pouco consumido in natura, mas tem sido utilizado de forma artesanal como matéria-prima para produção de compotas, cristalizados, sorvetes, refrescos, licor e vinho. O fruto é constituído por uma casca mole, pardacenta - amarelada, membranosa, fina e enrugada. A sua polpa tem odor característico, muito forte, sabor doce acidulado com numerosas sementes achatadas que são viáveis até 90 dias depois de retiradas do fruto. Na medicina caseira, o jenipapo é utilizado como fortificante e estimulante do apetite (Donadio, 2002). O jenipapeiro ocorre nas florestas de mata alta, nas baixadas úmidas e até em áreas inundáveis. Ocorre também no Pantanal. A planta é semicaducifólia, heliófila, seletiva higrófila, típica de áreas úmidas e de brejos, sendo encontrada tanto na mata primária como nas formações secundárias. Árvore de porte alto, mede de 5 a 15 m de altura, podendo chegar até 20 m (Silva et al., 1998).
As folhas são simples, grandes e brilhantes; as flores branco-amareladas. O fruto é uma baga globosa, com 10 a 15 cm de comprimento e de 7 a 9 cm de diâmetro, pesando em média 200 a 500 g, sua polpa é parda, sucosa, aromática, comestível, com sementes no centro. A frutificação ocorre uma vez ao ano, sendo no primeiro semestre no Norte do País e no segundo semestre nas demais regiões (Gomes, 1989).
A casca do jenipapeiro serve para curtir couro. É árvore muito útil para plantios em áreas com má drenagem. A polpa do fruto pode ser consumida ao natural ou com adição de açúcar. Todavia, a maior utilização é para o fabrico de um licor, muito saboroso, denominado jenipapada. A polpa pode ser também usada para se fazer refresco, vinho e geléia. A sua desidratação osmótica tem sido feita com sucesso, o que agrega valor e oferece uma nova possibilidade de comercialização da fruta (Figueredo, 1984).
Embora com vários usos na culinária indígena e como medicinal, a maior parte dos frutos é ainda comercializada para a produção caseira ou em pequenas indústrias de licor. A polpa dos frutos tem sido, mais recentemente, processada e congelada para a confecção de sucos e sorvetes e vendida em lanchonetes da região Nordeste. A descoberta da possibilidade de desidratação de pedaços da polpa de frutos deverá favorecer muito a viabilidade comercial dessa fruta, podendo atingir mercados mais sofisticados e exigentes (Andrade et al., 2003).
O jenipapeiro é propagado por sementes, por alpoquia e por enxertia de garfo, entre outros métodos. Todavia, o mais usado é o método da propagação via sementes. As sementes sadias, íntegras e vigorosas devem vir de plantas de boa produção. Cada metro quadrado do leito pode receber 360 sementes colocadas a 2-3cm de profundidade que devem germinar em 25 a 30 dias; decorridos 3-4 meses pós-germinação, mudas com 12cm de altura são selecionadas (eleitas as mais vigorosas) e repicadas para sacos plásticos (18 x 30) - cheias com a mesma mistura para leito da sementeira - e colocadas sob ripado. Seis a doze meses pós-repicagem, com 40cm de altura, a muda estará pronta para plantio em definitivo (Gomes, 1989).
O clima propício ao seu cultivo é o tropical úmido, com temperaturas o ano inteiro entre 23ºC e 28ºC e chuvas entre 1.300mm e 1.500mm/ano, bem distribuídas. O jenipapeiro adapta-se bem a tipos variados de solo, mas tem preferência por solos areno-argilosos, permeáveis, profundos, bem-drenados com pH 6,0-6,5 (Silva et al., 1998).
O espaçamento para produção de frutos deve ser de 10 x 10m, já para formação de bosques florestais 3 x 3m. As covas de plantio devem ser de 40 x 40 x 40cm., na sua abertura separar a terra dos primeiros 15-20cm de altura. Deve-se misturar 20-25 litros de esterco de curral bem curtido à terra da cova e fechá-la em seguida. No plantio adubar com uma mistura de 200 gramas de sulfato de amônia, 250 gramas de superfosfato simples e 100 gramas de cloreto de potássio na cova (Gomes, 1989).
As adubações anuais devem ser feitas em cobertura com leve incorporação, utilizando-se 25 kg de esterco de curral e 150 gramas por planta de cloreto de potássio, no início do período chuvoso. O controle de ervas deve ser feito sempre que necessário, com capinas de "coroamento" em torno da árvore e roço do mato nas linhas e entrelinhas (Gomes, 1989).
A frutificação inicia-se aos 5 anos de vida (pé franco). A colheita é feita geralmente apanhando-se frutos caídos ao chão entre os meses de fevereiro a julho. Todavia, essa prática é danosa ao fruto e reduz muito a sua vida pós-colheita. Não se tem informações disponíveis sobre a fisiologia de pós colheita de jenipapos (Andrade et al., 2003).
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