ARAÇÁ ( Psidium guianeense) |
Informação básica da planta
1 - NOMENCLATURA Nome cientifico: Psidium guineense Swartz
Família: Myrtaceae
Nomes Populares: Araçá
2 - OCORRÊNCIA
De uma maneira geral, os araçazeiros estão distribuídos em quase todos os estados do Brasil, existindo relatos de várias espécies que ocorrem do Rio Grande do Sul até a Amazônia. A espécie Psidium guineense, muito comum no Nordeste, vegeta nos mais diferentes ecossistemas tropicais do Brasil, ocorrendo espontaneamente nas restingas, tabuleiros, cerrados e capoeiras (Brandão et al., 2002).
3 - DESCRIÇÃO E USO
O araçazeiro é o nome genérico dado a várias espécies de mirtáceas fruteiras do gênero Psidium com ampla disseminação no país.
Segundo Silva (1999), nas condições da Zona da Mata de Pernambuco, o araçazeiro floresce praticamente durante todo o ano, com picos coincidindo com a época de menor pluviosidade. A maturação de frutos ocorre dois a três meses após a floração. Plantas da coleção de germoplasma do IPA têm apresentado frutificação no período de janeiro a julho, com pico nos meses de março a abril (Dados não publicados). No cerrado de Minas Gerais, floresce de agosto a setembro (Brandão et al., 2002)
O IPA, em sua coleção de germoplasma de araçá (P. guineense), vem adotando um sistema de produção baseado em algumas das práticas utilizadas para a cultura da goiabeira (P. guajava). Entre os genótipos selecionados, cinco têm-se destacado em 14 anos de observações: IPA-6.4; IPA-9.1; IPA-6.3; IPA-9.4 e IPA-16.2, com produções médias que variaram de 15,1 a 16,6 kg de frutos/planta/ano (colheitas de janeiro a junho), o que equivale a uma produção média de 1605 a 2045 frutos /planta/ano, cujos pesos médios variaram de 8,8 a 11,3 g (Lederman et al., 1993; Lederman et al., 1997).
A propagação do araçazeiro pode ser feita por sementes (mais usual) e por métodos vegetativos (estaquia e enxertia). Fachinello et al. (1994), recomendam a propagação por sementes de uma outra espécie de araçá (P. Cattleyanum), pela facilidade de germinação (até 95%), por ser uma cultura ainda em domesticação, e pela ausência de acentuada segregação genética. Já para propagação vegetativa por estaquia, os primeiros resultados sugeriram tratar-se de uma espécie de difícil enraizamento (<3 %), mesmo utilizando-se auxinas (Coutinho et al., 1991; Fachinello et al., 1993). Embora não existam estudos publicados sobre a enxertia do araçazeiro este deve ser o método mais recomendado para clonar genótipos superiores.
Até o momento, não existem pomares comerciais dessa espécie. Os plantios existentes geralmente são espontâneos e as informações existentes na literatura são muito escassas e isoladas. Pires et al. (2002), realizando evantamento das moscas-das-frutas associadas aos frutos dos araçazeiros P. guineense e P. australe, no Cerrado do Brasil Central, encontrou variabilidade entre as duas espécies quanto ao tamanho e peso dos frutos e que elas são repositórios naturais de moscas-das-frutas, principalmente para as do gênero Anastrepha, sendo a primeira mais infestada do que a segunda e que a espécie predominante foi a A. sororcula.
Embora seja consumido ao natural, o araçá tem na fabricação de doces e geléias, a sua principal forma de aproveitamento. Além desses, sucos, licores e sorvetes são também confeccionados a partir da sua polpa. Todavia, todos esses derivados são, na sua maioria, produzidas artesanalmente em pequenas unidades fabris de base familiar. Como não existem plantios comerciais de araçá, não há oferta regular do produto, o que dificulta a sua divulgação como matéria prima. Essa diminuta produção artesanal é uma das razões pela quais os doces, geléias e licores de araçá são conhecidos e comercializados, apenas, nas localidades próximas das regiões produtoras.
Os frutos do araçazeiro possuem três vezes mais vitamina C do que a laranja. Estudos efetuados por Raseira & Raseira (1996) em frutos maduros de cinco populações de P. cattleyanum, mostraram variação no teor de vitamina C de 41,19 a 111,67 mg/100 g.
Em razão do cultivo do araçazeiro se constituir numa atividade agrícola pouco expressiva assim como o beneficiamento da sua polpa pela indústria, os dados e informações relativas aos custos de produção são, de uma maneira geral, incipientes.
Geralmente, os frutos coletados são acondicionados em caixas de madeira de 20 kg e enviados para comercialização em feiras, mercados públicos, centrais de abastecimentos (Ceasas) e sorveterias dos grandes centros urbanos. Recentemente, durante o período da safra, o fruto in natura tem sido comercializado nas lojas das grandes redes de supermercado do Nordeste, acondicionado em bandejas de poliuretano revestidas com filmes poliméricos. Parte da produção, contudo, é beneficiada na forma de doces e geléias pelas comunidades rurais nas áreas de dispersão e ocorrência natural do araçazeiro.
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