Informação básica da planta
1 - NOMENCLATURANome científico: Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan var. cebil (Griseb.) Altschul Nomes vernaculares: angico-amarelo; angico-brabo; angico-branco; angico-castanho; angico-cedro; angico-de-caroço; angico-de-casca; angico-de-curtume; angico-do-banhado; angico-do-campo; angico-do-mato; angico-dos-montes; angico-fava; angico-jacaré; angico mama-de-porco; angico-manso; angico-preto; angico-preto-rajado; angico-rajado, angico-rosa; angico-verdadeiro; angico-vermelho; Arapiraca; brinco-de-saoim; brincos-de-sagüi; brincos-de-sauí; Icambuí; cambuí-angico; cambuí-ferro; curupaí, guarapira; guarapiraca; guarucaia, moro e paricá. Na Argentina, cebil colorado, na Bolivia, cebil e no Paraguai, kurupaý-kuru. Distribuição geográfica O angico, assim como as aproximadamente 80 espécies inicialmente abrigadas sob o gênero Piptadenia, é árvore nativa de regiões tropicais americanas. No Brasil, ocorre no Maranhão, Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Tocantins, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. É, entre os angicos brasileiros, o que tem a maior abrangência geográfica. Aparece ainda na Argentina, Bolívia, Paraguai e Peru. Informações ecológicas Planta decídua, heliófila, silvestre e xerófila seletiva. No grupo sucessional, é uma espécie secundária inicial. Ocorre, indiferentemente, em solos secos e úmidos, porém profundos. Tolera também solos rasos e compactados. Na região Nordeste, ocorre nos solos areníticos, calcários e aluviais. Hábito de crescimento Caule Caule reto ou tortuoso, fuste com até 13 m de altura. Ramificação cimosa, dicotômica. Galhos apresentando acúleos e lenticelas. Casca Apresenta casca viva de espessura grossa e avermelhada internamente. Por incisão, apresenta exsudato transparente resinoso, sem odor ou sabor distintos. Casca morta de tronco idoso, espessura maior que 5 mm, áspera, rígida, predominantemente cinza-clara a negra. Apresenta sulcos longitudinais profundos e irregulares, com fendas transversais, delimitando blocos retangulares da ordem de 2 a 4 cm de comprimento por 1 a 2 cm de largura, com superfície plana, aparentemente uniforme que quando se destacam, deixam depressões. Folha Folhas alternas, com até 30 pares de pinas opostas, essas medindo 4 a 8 cm; folíolos 50 a 60 pares, opostos, sésseis, membranáceos, lanceolados, arredondados e assimétricos na base, com a nervura central excêntrica, as outras obsoletas, retilíneos, glabros ou escassamente pilosos, em geral medindo 3 a 4 x 1 a 2 mm; pecíolo com uma conspícua glândula negra, elipsóide, cuja abertura é rimosa, localizada junto á inserção e mais algumas menores entre as últimas pinas. Flor Flores hermafroditas, brancas, pequenas, reunidas em capítulos globosos axilares ou terminais. Fruto Fruto legume (ou folículo) achatado, deiscente, que se abre em uma única fenda situada ao longo de um dos bordos, do que resulta permanecerem as valvas unidas pelo outro lado, plano, levemente recurvado, sinuoso ou superficialmente contraído entre as lojas seminais, não muito espesso, inclusive nas margens; base atenuada e ápice mucrunado, de coloração pardo-avermelhada, superfície rugosa e dotada de pequenas excrescências, quase sem nervuras, medindo 15 a 30 x 2 a 3 cm. Semente Semente de coloração castanha a pardo-avermelhada escura, brilhante, orbicular lisa, sem asa, comprimida ou achatada, com pequena reentrância hilar, com 2 x 1,5 cm. Raiz Raiz pivotante acentuada em relação às laterais. A planta jovem forma pequeno tubérculo lenhoso, em raiz axial. Madeira Madeira pesada a muito pesada (0,84 a 1,10 g/cm3), a 15% de umidade, e massa específica básica de 0,620 ton/m3. Alburno branco-amarelado podendo exibir tonalidade rósea. Cerne castanho-amarelado, quando recém cortado, passando a castanho-avermelhado e escurecendo para vermelho-queimado; apresenta abundantes veios ou manchas arroxeadas, que são mais destacadas quando recém cortada. Dispersão Autocórica. Madeireiro Própria para construção rural, naval e civil, marcenaria e carpintaria. Utilizada para a fabricação de dormentes, móveis, tabuados, carrocerias, caibros, ripas, esquadrias, tacos de assoalho, tetos, batentes, mourões, vigas, cruzetas, esteios, assoalhos, cercas, estacas, postes, carroças, móveis, rodas de engenho e obras hidráulicas. Produz lenha e carvão de boa qualidade. Madeira com teor muito alto de lignina, sendo considerada excelente para produção de álcool e coque. Forrageiro As folhas e galhos cortados são usados como forragem. Medicinal A casca é usada em medicina caseira, em infusão, xarope, maceração e tintura. Tem propriedade hemostática, depurativa, adstringente, cicatrizante e peitoral. Utilizada para tosses, coqueluches, bronquites, doenças sexuais, contusões e reumatismo. Tem, também, ação sobre as fibras do útero. Ornamental Floresce exuberantemente todos os anos, o que a torna muito ornamental e própria para a arborização de parques, rodovias e praças. Apresenta rápido crescimento, podendo ser aproveitada com sucesso para reflorestamento de áreas degradadas e de preservação permanente. Restrição ao uso Quando murcham na planta, as folhas tomam-se tóxicas ao gado devido a formação de ácido cianídrico, porém quando fenadas ou secas, constituem boa forragem. Coleta e beneficiamento: a coloração verde-amarronzada dos frutos revela o bom índice de maturação das sementes, que devem ser colhidas quando da abertura espontânea do fruto, porque essa é a única maneira de se evitar a perda constante de sementes. Número de sementes por quilo: 6.500 a 23.000 sementes. Quebra de dormência: não há necessidade. Longevidade e armazenamento: sementes com faculdade germinativa inicial de 90%; armazenadas em embalagens plásticas em câmara fria, aos 12 meses, apresentaram germinação de 88%, enquanto as armazenadas em sala de laboratório apresentaram uma germinação de 25%. PRODUÇÃO DE MUDAS Semeadura: recomenda-se semear uma semente no recipiente, geralmente saco de polietileno, de dimensões mínimas, de 20 cm de altura e 7 cm de diâmetro, ou em sementeira. Germinação: plântula faneroepígea. A emergência das plântulas ocorre entre 2 e 33 dias após a semeadura. Repicagem: três a quatro semanas após a semeadura, quando atinge 4 a 6 cm de altura. Propagação vegetativa: propaga-se por enxertia, através do método da garfagem em fenda cheia, apresentando, aos 30 dias, 100% de pegamento. Também, podem ser usadas estacas de brotação do toco ou radicais. Tempo total em viveiro: no mínimo cinco meses. Características especiais: devido à sua rápida germinação e rusticidade, demonstra boas possibilidades de utilização em semeadura direta no campo, mesmo em locais de solos pobres e erodidos de encostas desnudas. Mudas maiores que 1,50 m são difíceis de transplantar. CARACTERÍSTICAS SILVICULIRURAIS Exigência lumínica: tolera sombreamento leve na fase juvenil. Tolerância ao frio: medianamente tolerante. Capacidade de rebrota: apresenta brotação após corte, podendo ser manejada pelo sistema de talhadia. Desrama: os ramos são persistentes, necessitando de poda de condução e corte de ramos. Métodos de regeneração: pode ser plantada em plantio puro, a pleno sol, com bom desenvolvimento e expressiva regeneração natural por sementes; em plantio misto, deve ser associada com espécie pioneira de crescimento rápido, para melhorar sua forma ou em vegetação matricial, em faixas abertas na vegetação arbórea e plantada em linhas. Sistemas agroflorestais: a espécie é utilizada no sombreamento de pastagens, mais comumente na Região Nordeste, devido apresentar copa ampla. CRESCIMENTO E PRODUÇÃO O crescimento do angico-vermelho pode ser moderado a rápido, podendo ser cortado a partir de 5 anos, para mourões; 6 anos, para lenha (dimensões de 8 a 12 cm de diâmetro); 20 a 25 anos, para madeira (na região dos cerrados, a partir de 30 anos). PRINCIPAIS PRAGAS E DOENÇAS Pragas: entre as espécies de insetos que ocorrem, os danos mais severos são causados por: 1) Oncideres dejeani Thomson, 1868 (Coleóptera - Cerambycinae), "serrador", que provoca corte nos ramos da planta, prejudicando o seu desenvolvimento; Doenças: em viveiro, é comum a ocorrência de tombamento (“damping-off”). 1 BIBLIOGRAFIA UTILIZADA 1 - NOMENCLATURA Referências: 1, 2, 16, 27, 29, 32, 38, 40, 41, 46, 48, 49, 51, 59, 67, 69, 76, 79, 80, 84, 91, 92, 93, 97, 103, 104, 107, 109, 110, 111, 115, 117, 119, 120, 123, 138, 143, 144, 147, 148, 153. 2 - OCORRÊNCIA Referências: 2, 32, 38, 40, 84, 92, 111, 120, 138. 3 - DESCRIÇÃO Referências: 1, 2, 32, 38, 40, 47, 49, 79, 84, 91, 92, 93, 97, 1 10, 111, 120, 121, 138, 443, 153. 4 - USOS Referências: 1, 2, 32, 38, 40, 47, 84, 91, 92, 93, 104, 110, 111, 119, 120, 138, 153. 5 - MANEJO Referências: 32, 66, 91, 120, 153.
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