AMBURANA DE CAMBÃO ( Commiphora leptophloeos) |
Informação básica da planta
1 - NOMECLATURA
Nome cientifico: Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B. Gillett
Família: Burseraceae
Sinônimo: Bursera leptophloeos Mart. e Icica leptophloeos Mart.
Nomes Populares: amburana, amburana-de-cambão, imburana, imburana-braba, imburana-de-espinho, imburana-femea, imburana-vermelha, jamburana e emburana.
2 - OCORRÊNCIA
Nordeste brasileiro, nas caatingas arbórea-arbustiva de terrenos calcários, é freqüente no vale médio do São Francisco. Registrada no pantanal mato-grossense.
3 - DESCRIÇÃO
Árvore com 6-9 m de altura, com copa esgalhada e ramos tortuosos, contendo espinhos. Caule com até 60 cm de diâmetro, casca lisa, fina, laranja-acinzentada e lustrosa que se desprende em lâminas delgadas, deixando exposto o caule de coloração verde. Folhas alternas, compostas, imparipinadas, de 3-9 folíolos de coloração verde claro. Flores pequenas, de 3-4mm de comprimento, verde claro, isoladas ou reunidas em pequenos grupos axilares. Fruto cápsula globosa deiscente, com 1,5cm de diâmetro, de cor verde, com polpa agri-doce, comestível quando maduros, contendo uma semente rugosa, de coloração negra com arilo avermelhado. A madeira é leve (densidade 0,43g/cm3), de textura média e coloração creme quando recém cortada, passando a castanho claro rosado ao envelhecer. É considerada heliófita e decídua, perdendo rapidamente as folhas com a chegada da estação seca (Andrade-Lima 1989; Maia 2004).
A reprodução é sexuada e ocorre durante a estação chuvosa. As sementes apresentam baixa longevidade quando armazenadas e um quilo de sementes tem cerca de 5.300 unidades. A germinação ocorre em algumas semanas e o percentual de germinação das sementes é inferior a 50%. Também pode ser propagada por estacas (Andrade-Lima 1989; Maia 2004).
Floração: novembro a dezembro.
Recurso floral: pólen e néctar.
4 -USO
Óleo-resina: A resina tem emprego na fabricação de vernizes e lacres e de sua semente se extrai um óleo que tem efeito medicinal.
Apresenta valor madeireiro elevado e diversificado, sendo utilizada na marcenaria, construção civil, estacas, caixotaria, tábuas, portas, janelas, esquadrias, móveis e artesanato (para confecção de carrancas e esculturas diversas). Na medicina popular é utilizada como xarope (contra tosses e bronquites), tônico, e cicatrizante, no tratamento de feridas, gastrite e úlceras. Pode ser utilizada como planta ornamental na arborização de parques e ruas. Em sistemas agroflorestais é utilizada como quebra vento, além de servir de abrigo e alimento para as abelhas, que por sua vez aumentam o índice de polinização nas plantações, sendo ainda muito usada em cercas vivas. A resina produzida em seu tronco é utilizada no fabrico de vernizes e lacres. Na manutenção da biodiversidade representa um importante recurso para alimentação de animais silvestres como sagüins, abelhas, mariposas e outros insetos importantes na polinização das demais espécies da área. Seu tronco muitas vezes é utilizado como habitat de abelhas e vespas nativas. Apresenta também valor alimentício e forrageiro (Andrade-Lima 1989; Maia 2004).
O cultivo é feito em canteiros semi-sombreados e irrigado duas vezes por dia. A emergência da plântula ocorre em algumas semanas e a taxa de germinação é inferior a 50%. Antes do plantio definitivo, as mudas devem ser transplantadas para embalagens individuais e mantidas em canteiro de espera por cinco a sete meses, quando então estão prontas para o transplante definitivo em campo. O mercado de comercialização não é organizado, sendo a exploração do tipo extrativista. É uma espécie que requer urgente subsídio para o desenvolvimento de estudos científicos, no que concerne a metodologias de propagação com produção de mudas mais eficientes, em razão da grande demanda da madeira desta planta. Também requer estabelecimento de programas de manejo florestal sustentável e campanhas educativas junto a artesões, apicultores, produtores de comunidades locais e cortadores de lenha.
Informalmente, tem-se o conhecimento de que toras de imburana de cambão, dependendo do diâmetro, variam de R$ 8,00 a 40,00. As peças produzidas com a madeira de imburana são comercializadas em valores que variam de R$ 4,00 a até 5.000,00, a depender da complexidade artesanal da peça produzida, mas não existe uma taxação sobre estes valores, destinada legalmente a serviços de conservação ambiental, planos de manejos e ou de educação ambiental. A falta deste incentivo financeiro, aliado a pressão desorientada de exploração têm levado a uma redução do tamanho das populações de imburana, o que num futuro próximo levará a redução na disponibilidade do recurso.
Bibliografia: Lorenzi, 2002; Maia, 2004.
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